Confiram!"


 Um detalhe que não cometei na matéria sobre a briga com a minha mãe foi o fato da Stephany ter me ligado naquele dia. A primeira vez que me ligou foi quando estava a caminho da casa da minha Cynthia, expliquei a ela o que estava acontecendo e ela ficou muito mal, mas precisava desligar e prometeu me ligar depois.
 A segunda vez que ela me ligou eu já estava na casa de minha amiga e me partiu o coração ouvir a voz dela tremula, pois estava chorando. Comecei a perguntar milhares de vezes o que havia acontecido, qual o motivo que a fazia chorar desesperadamente, o que lhe incomodava!?  Pensei em diversas coisas, me passou a cabeça que seu namorado poderia ter feito algo ruim, que teve uma briga com alguém, que alguém morreu... Mas nenhum desses motivos era o certo, pedi para que se acalma-se e me dissesse o motivo e suas palavras me doeram até onde eu não imaginava que palavras me acalçariam:
— Estou chorando porque eu odeio que isso tudo esteja acontecendo com você! Assim como essas coisas te magoam, elas também me magoam, pois não aguento ver você assim!
Meu coração esteve em pedaços e logo se recompôs, a minha melhor amiga estava chorando por me ver daquele jeito, ela estava chorando por minha causa! Meu coração doía tanto naquele momento, detesto vê-la chorar. ODEIO! Naquele momento lhe acalmei e disse o que pudê pra convence-la de que tudo ficaria bem, mas eu não poderia simplesmente dizer isso, sofri por 7 meses, como poderia dizer isso? Foi naquele momento que fiz uma promessa a ela:
— Eu lhe prometo, prometo que tudo isso vai acabar, vou voltar a sorrir.
— Não amiga, não vai.
— Eu vou, por favor, acredite em mim. Prometo a você que acabarei com todos os meus problemas até o fim do mês, não importa quão difícil seja, eu vou fazer isso por você. 
— Você promete mesmo?
— Sim, não se preocupe. Como eu disse eu vou dominar o mundo - tentando anima-la, e consegui -, e no meu mundo ninguém mais magoará a mim e nem a você. Vai ser tudo como a gente planejou, você se lembra que combinamos de morar uma do lado da outra? Você morando com seu namorado e eu logo do lado? Em breve isso acontecerá, nem que eu gaste todo o meu dinheiro e fique na miséria, mas eu comprarei uma casa do lado da sua. Eu te prometo que resolverei tudo até o fim do mês...
— Ok - sua voz estava mais alegre -, você vai morar do meu lado - creio que ela tenha sorrido ao dizer essas palavras -; então eu vou desligar amiga... Vou dormir um pouco.
— Tudo bem. Dorme, depois toma um banho, come algo e tenta se divertir.
— Sim, vou tentar.
— Obrigada. Eu te amo, Stephany.
— Eu também te amo, Lola.
  A ligação chegou ao fim. Meu coração ainda dói e só melhorará quando eu cumprir a minha promessa, coisa que pode ser meio difícil, mas conseguirei por ela. Recomendo que nunca prometam nada a ninguém, não é aconselhável fazer uma promessa mesmo quando o objetivo é fácil; mas, fico feliz em dizer que há pessoas em que se valha a pena correr o risco. E eu não faria diferente...


  Sim, houve uma briga horrível ontem entre mim e a minha mãe, pois eu simplesmente odeio que ela me deixe pra baixo por causa do meu corpo ou que não confie em mim em alguns aspectos, como ir na casa da Stephany, sair pra certos lugares e sem perceber jogar na minha cara sobre o Andrew... Já ela disse que eu mal falava com ela - isso é verdade, mas não temos o que falar - e disse que mudei pra pior! Dá pra acreditar nisso? Eu cheia de problemas e ela vai e diz isso...
 Faltei o curso e passei o dia discutindo e chorando, me tranquei no banheiro e chorei muito. Fiz algo que considero estúpido e me arrependo, mas pensei que fosse aliviar a dor que estava em meu peito, porém cortar levemente os pulsos com lâminas não deu muito certo, a dor continuou e só não fiz coisa mais arriscada pois a Cynthia ligou dizendo que estava vindo me visitar.
 Em ótima hora! Ela logo chegou e percebeu que eu estava chorando e conversou comigo, limpou o corte e me acalmou, fomos ao meu quarto e minha mãe ficou a nos observar algumas vezes, então minha amiga me convenceu a ir pra casa dela apenas para me acalmar e depois voltaria. Eu fui! Minha mãe me ignorou e bateu a porta bem forte, então sai com o cabelo preso - pois não havia penteado ainda - e a cara limpa, sem nenhum vestígio de maquiagem.
 Ao chegar lá todos me receberam muito bem, me distraí e conversei muito com a minha amiga, tentamos encontrar a melhor solução para aquela situação, mas era difícil pensar de cabeça quente... Sabe, antes eu gostava do meu corpo, não me incomodava em ser magra ou um pouco baixinha, eu me achava bonita, mas minha mãe fez tantas críticas durante anos que isso destruiu minha visão de beleza. Hoje não me acho bonita, eu me odeio por ser como eu sou, pois não consegui ser do jeito que ela queria...
Quando deu 20h da noite, eu tive que voltar, o destino me aguardava  e tudo precisava ser resolvido naquela noite ou aquilo continuaria pra sempre.
Já em casa, encontrei Davi e meu irmão lá, e os dois resolveram me ajudar com a minha situação. Foi horrível, não conseguiamos concordar em nada, ela não aceitava ser parcialmente culpada na história e só sabia me julgar e dizer qur eu estava errada. Ela estava frustrada por eu ter perdido a virgindade com o Andrew, eu mesma me arrependo disso, não queria ter magoado ela com isso, mas ela já estava me magoando a anos com tudo o que diz.
Foi ai que meu irmão e o Davi resolveram agir, ambos conversaram com uma de cada vez e me pediram para que eu conversasse mais com ela, pois ela se sente sozinha - como não percebi isso? Que tipo de monstro eu sou? -, desde a morte do meu pai ela anda muito só, perdeu o homem que amava, que a apoiava, que lhe fazia companhia... Como pude ser tão insensível?
 Concordei, porém pedi que ela parasse de me ofender com certas palavras, pois havia me machucado muito por conta disso e que parasse de jogar na minha cara sobre a minha virgindade. Ela se recusou, falou que diz essas coisas para o meu bem, mas me respondam que bem há em fazer com que eu não goste de mim? Que bem há em não deixar eu nunca ir na casa da minha melhor amiga? Que bem há em me fazer lembrar do idiota do Andrew, sendo que quero esquece-lo? Eu precisava da consideração dela, mas ela recusou, porém queria encerrar aquilo, pois praticamente estavamos nos falando e tínhamos nos resolvido. Deixei passar, ainda mais porque eu acredito que ela vai moderar nas palavras, por mais que não queira admitir.
 Agora estou tentando conversar mais com ela e o entendimento parecer reinar, mas aprendi uma coisa muito importante: Se você perder sua virgindade, conte o mais rápido possível pra sua mãe. Não deixe o cara te dar um pé na bunda pra que você resolva contar, pois sua mãe com certeza irá jogar na sua cara que ele apenas lhe usou e jogou fora, assim como a minha fez.


 Fui falar com a minha mãe sobre dormir na casa de uma "amiga" - quando na verdade quero ir na casa da Stephany - e ela foi tão ignorante! Perguntou se a menina tinha irmão, se íamos sair, o que iriamos fazer e outras coisas. Desde que me abri com a minha mãe essa situação vem se repetindo, ela pensa que vou aos lugares só pra ver garotos ou pra ferrar a minha vida, mas não faz nem ideia do quanto estou tentando conserta-la.
 E eu estou ficando cansada de tentar ser a melhor pessoa do mundo, de compreender os outros, de ajuda-los... Pois ultimamente só andam me magoando, arrancando pedacinhos do meu coração aos poucos e eu continuo a me fazer de boazinha, pois não quero ser chamada a atenção de novo.
 Eu contei tudo pra minha mãe, pois queria que houvesse confiança e amizade entre nós, mas a minha vida está um inferno! A cada segundo me arrependo de ter contado tudo a ela, a cada instante me arrependo de ter pensado por um minuto que seriamos amigas, pois não há como ser amiga de uma pessoa que odeia a minha melhor amiga e que não confia em mim, não me dá uma única chance!

  Você não deve saber, mas esse fim de semana irei a casa da Stephany. Depois de anos na vontade, dessa vez eu vou mesmo a casa da minha melhor amiga curtir um fim de semana com ela e seus lindos e adoráveis amigos! Viva a liberdade!
 Opa.. Eu disse liberdade? Bem... Não é bem uma liberdade, para alcança-la eu vou ter que dar uma mentirinha pra minha mãe, pois ela não gosta muito da Stephany - como, não? - e nunca me deixaria ir pra lá, mas nosso amor é maior e eu vou! Ser feliz é o que importa e para  que eu seja feliz, preciso dela na minha vida. Então está decidido, amanhã me encontrarei com ela e minha mãe vai pensar que vou dormir na casa de uma outra amiga, não há nada de mal nisso, né? É uma ida inocente a casa da menina que mais amo nesse mundo, simples assim!

 Estou com uma vontade gigantesca de chorar, não sei que profissão eu quero, não consigo me identificar com muitas e quando me identifico parece que ela não é a certa pra mim. Já fiz diversos testes vocacionais, pesquisei milhares de profissões, vi faculdades, áreas no mercado de trabalho, pontos positivos e negativos de várias profissões, mas mesmo assim estou super confusa.
 Estou pensado seriamente em me suicidar aos 19 anos, pois depender da minha mãe com essa idade vai ser horrível. Já imaginaram como seria minha situação? Desde meus 15 anos ela fica falando que eu devia arrumar um emprego pra ser independente, comprar minhas coisas... Se com 15 anos ela falava isso, imaginem o drama que vai ser quando eu tiver 19 anos.
 Maior de idade, sem experiência, sem nenhuma ideia do que fazer... Eu queria que meu futuro fosse mais brilhante, entende? Que saco! Odeio essa minha indecisão! Até pouco tempo eu seria advogada, antes disso queria ser estilista, bem antes queria ser psicóloga e no começo da minha humilde existência eu quis ser jornalista.
 Sim, jornalista. Acho que essa é uma profissão que tem muito haver comigo, amo escrever, interajo muito com as pessoas, minha paixão é ler e sair pelo mundo em busca de informações e histórias marcantes não me é algo ruim, pra falar a verdade é algo muito bom. Infelizmente ganhei sinal amarelo pra essa profissão em um teste que eu fiz, será que é porque não acompanho muito as notícias da televisão? Poxa, posso não acompanhar, mas existem notícias que não me interessam muito, sou mais vidrada em mudanças no País do que em crimes, mas também não apelo pra saber tudo sobre economia e politica.
 Serei uma vagabunda futuramente? Não me imagino pedindo esmola de esquina em esquina, divas não pedem esmola na rua. Não posso ser uma desocupada, quero trabalhar em algo que eu goste, me divertir, me orgulhar do que vou fazer, quero ser reconhecida e ter meu dinheiro, quero ser independente!
  Vida me mande uma luz, já fiz mil testes vocacionais e estou terminado de fazer outro nesse momento, espero conseguir minhas respostas e achar a carreira certa em breve.

 Coisas horríveis aconteceram nas minhas férias, mas não é por isso que eu gostaria de voltar a escola, eu realmente não queria voltar. Bem... Querendo ou não eu voltei e a melhor parte foi reencontrar meus amigos que eu sentia muita falta, mas uma notícia acabou com meu animo que já era mínimo.
 O irmão do do Andrew, o Brian- sim, o traste -, iria estudar o resto do ano na minha escola! Quem me contou foi a Manu, que também é uma das minhas melhores amigas, porém vi que a guerra começaria em breve. Ele não deve querer dar espaço para a nossa amizade, tenho certeza de que não vai querer. Eu provavelmente perderei ela, pois não gosto desse tipo de coisa.
 Assim que ela me disse eu disse tal frase "Ainda bem que arrumei um celular novo e gosto de ler livros, sozinha não vou ficar" e acho que ela não gostou muito do que eu disse, mas era a verdade. Ando muito desanimada, né?
 As coisas não estão boas, nada boas; mas é como eu digo "As coisas sempre vão piorar, nós querendo ou não", é uma questão de tempo para que algo pior aconteça, são provas da vida e não pretendo ficar de recuperação. 

 O sábado nunca foi tão triste. Briga com o Sergio, o quase fim da nossa amizade, lágrimas e morte... Sim, morte!
 Dois dos meus cachorros morreram essa noite... Bem, vamos aos fatos. A briga com o Sergio aconteceu e logo depois disso fui pra casa me arrumar para sair, mas algo aconteceu. Meu cachorro começou a mal e minha mãe aterrorizada disse que ele tinha comido o veneno que ela tinha colocado para os ratos. Eu fiquei desesperada, criei ele desde filhote, contei meua segredos pra ele, chorei ao lado dele; eu tinha que fazer algo. Foi ai que eu e minha mãe fomos correndo para o centro de Umbanda que eu frequentava - sim, eu frequento a umbanda -, eu precisava implorar a alguém para ajudar o meu cachorro, mas antes de sair acariciei meu lindo cãozinho e lhe disse "Meu anjo, eu volto logo. Eu prometo voltar logo." e fui.
 O caminho todo eu fui chorando, fiquei a soluçar desejando que ele não morresse, que eu chegasse e ele estaria bem, que não morreria por algo assim. Ao chegar na umbanda não pude esconder o choro, poderia ser só um cachorro na opinião dos outros, mas era o MEU cachorro e passou 3 anos na minha miserável vida, eu o amava!
  Quando cheguei, disseram que não poderiam ajudar e que eu deveria esperar que ficasse tudo bem. Parei de chorar, mas logo as lágrimas voltaram, meu irmão havia ligado dizendo que um dos filhotes havia morrido por também ter comido do veneno. Lágrimas, lágrimas, lágrimas... Eu só fazia chorar!
 Fui correndo para casa e ao chegar lá fiquei surpresa. Meu cachorro - que falei no começo da matéria e meu preferido -, estava deitado na minha porta me esperando! O sentimento que ele tinha por mim fez ele esperar ali o tempo todo, mesmo com todas as dores e o veneno que havia comido, mas ele me esperou assim como eu havia pedido.
 Ele veio até mim e caiu na minha frente, não tinha mais forças e eu comecei a chorar como uma criança naquele momento. Meu cachorro estava morrendo na minha frente, ele cuspia sangue, sangue saia de seu nariz, ele estava fraco. Eu comecei a chorar mais e mais e ele começou a cuspir mais sangue, nós dois sofríamos ali.
 Eu estou quase chorando a cada palavra que digito, meu coração está doendo. Meu cachorro não resistiu, morreu ali na minha frente com os olhos abertos em minha direção como se ainda estivesse me olhando com aqueles lindos olhos que eu amo. O aperto no coração foi grande, as lágrimas não pararam, a dor era insuportável; eu não me conformava a vida já havia tirado meu pai e um dos meus filhotes, ela não tinha  direito de me tirar o cão que eu mais amava, que esteve comigo em todos os meus momentos, que me alegrou, me viu chorar, passou tardes comigo, pulou em mim e até mesmo me mordeu; eu lhe vi crescer! Não poderiam ter tirado ele de mim, não tinha direito!
 Tentei fechar seus olhos, mas insistiam em ficar abertos, me olhando, eram olhos tristes, tristes em me perder... Pronto! Comecei a chorar! Só de lembrar eu choro, creio que nunca mais poderei assistir Marley e Eu ou Sempre Ao Seu Lado, talvez eu jamais possa ver esses filmes de novo. Não consigo parar de chorar...


 Sergio apareceu no sábado para conversar comigo e com a Stephany e confesso que se eu tivesse uma arma o mataria ali. Já estava errado pelo que aconteceu na quinta-feira e ainda quis ser o certo da história como se o erro fosse meu e das meninas; mas é lógico que eu e a Stephany não deixamos barato e milhares de verdades o atingiram como se fossem mísseis.
 Minha amiga jogou a verdades na cara dele, já eu gritei todas as verdades na cara dele e por mais certo que ele quisesse parecer, nós tínhamos mais argumentos do que ele, não tinha como ele se dizer o certo por muito tempo. Depois de muitos gritos e insultos - sim, rolaram insultos -, a Stephany deu a Pena  dela, e suas palavras foram bem duras "Apenas não conte comigo para desabafar, chorar ou ter um ombro amigo. Quebre um pouco a cara, vai aprender muito.".
 Dura, não? Pra falar a verdade ela foi a mais calma da discussão. A mais esquentada fui eu, é claro, confusão é comigo, porém magoar também é algo que sei fazer muito bem... Minha Pena foi igual a da Stephany, porém eu disse que ele poderia começar do zero comigo, basicamente esquecer que tínhamos 5 anos de amizade e recomeçar, mas não sabia que estava sendo tão dura...
 Ele ficou muito mal e disse que não correria atrás de mim se eu o fizesse virar um desconhecido em minha vida e suas palavras também foram muito duras. A Stephany logo me puxou para um canto e disse que eu voltasse atrás em minha decisão, porém eu disse várias vezes que não voltaria atrás, mas minha loira sempre me faz mudar de ideia, então fiquei apenas com o mesmo castigo dela. A conversa terminou com ele muito pra baixo e nós duas nada arrependidas, pois será bom para todos. Para ele porque aprenderá o valor de uma amizade e para nós que TODOS podem nos magoar, inclusive as pessoas que amamos.

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