
Nem todas as palavras são fáceis de engolir, algumas são bem fortes, ásperas e por incrível que pareça venenosas. Não que os meus problemas tenham começado com esse tipo de vocabulário, mas as piedosas e meigas palavras que eu adorava escutar se transformaram em ofensas e críticas prontas a me derrubar.
Não faz muito tempo que o meu pai faleceu, menos ainda que meu ex namorado terminou e as pessoas que eu julgava amigos me traíram com o passar do tempo. Nunca pensaria que o fim de 2012 seria tão trágico, morte, desprezo, depressão, ciúmes, fofocas e intrigas, sem falar da falsidade que sempre andou solta por ai fazendo mal a mim e meus amigos, mas acho melhor contar tudo desde o começo.
Tudo começou com a morte do meu querido pai em 31 de outubro - mais conhecido como o Dia das bruxas - desse ano. Era um dia bonito de sol, numa quarta-feira. As flores estavam bonitas nessa época do ano e as provas decisivas iriam começar logo.
Era de manhã, não passava das 06h30, meu pai havia me levado para o ponto de ônibus como de costume e eu como sempre me despedi com um simples "Tchau, pai!", não esperava que realmente fosse um adeus. A manhã correu bem depressa, parecia que o destino me queria logo em casa, então logo depois da escola fui direto para casa, ansiosa para almoçar...
Talvez fosse 12h10, meu irmão já estava ali, acompanhado do meu melhor amigo enquanto nossos pais estavam fora. Isso foi perturbador, quer dizer, meus pais não têm nada a muito tempo, quem dirá sair juntos a algum lugar. Não me importei muito, deitei em minha cama e fiquei a pensar no meu namorado - que hoje é apenas ex -e no milagre de termos voltado ontem a namorar.
Sabe, ele havia terminado comigo uns dias atrás por causa de ciúmes e brigas, mas não faz nem eu dia que ele pediu pra voltar, realmente fiquei muito feliz! Realmente amo esse rapaz, ele é perfeito aos meus olhos castanhos escuros, um sonho de consumo só pra mim!
De repente um som vem da sala, é o telefone louco a tocar. Quem poderia estar atrapalhando minha imaginação fértil? Atendo e logo escuto a voz de minha mãe:
- Alô? Minha filha? Olha eu e sua prima estamos no hospital. A vizinha deve ir ai fazer algo para você e seu irmão comerem, logo nós voltamos.
- Como assim, mãe? - logo penso no meu pai - Onde o meu pai está? Por que vocês estão no hospital?
- Depois eu falo com você minha filha - a voz dela estava trêmula -, logo estaremos ai.
- Mãe...
Ela havia desligado.
A vizinha logo apareceu, fez uma comida rápida e não respondeu minhas perguntas, tais como: "Por que minha mãe está no hospital?", "Aconteceu algo com o meu pai?", "Você sabe o que está havendo?". Assim que terminou perguntou se eu ficaria bem e disse que se precisássemos deveríamos chama-la. Algo realmente aconteceu, mas o que poderia ser? Só me vi ali, deitada e nervosa, indo a todo momento a porta da rua e voltando.
Me vi bebendo o vinho que estava na geladeira. Eram longos copos e goles maiores ainda, meu melhor amigo tentou me fazer parar, mas o nervosismo foi maior; logo fiquei tonta e imaginando besteiras. Poderia meu pai ter sofrido um acidente? Seria mais uma insuportável dor na coluna? Não sabia bem no que pensar, nada pior que isso estava a ecoar nos meus pensamentos, eu não permitia que algo ruim vagasse na minha mente.
Um barulho veio de longe, era o portão, minha mãe e prima haviam chegado, mas não vi sinais do meu pai. Tomei outro longo gole daquele vinho e corri para ir falar com ela, percebi que seus olhos estavam vermelhos e uma aparecia triste lhe representava naquele momento. O que poderia ter acontecido?
Estávamos eu, meu irmão e meu melhor amigo ali, esperando que uma das duas dissessem o que estava acontecendo. Minha mãe me abraçou forte e em seguida meu irmão, algo muito ruim aconteceu e esse mistério todo me matava por dentro:
- Meus filhos - disse minha mãe com lágrimas nos olhos-, o pai de vocês... Faleceu. - ela desabou em lágrimas.
- Como assim? - perguntou meu melhor amigo- Por favor, diz que isso não é verdade.
- É verdade. - minha prima confirmou chorando.
O meu mundo começou a desabar ali naquele momento. Era como se eu fosse o Coliseu de Roma, estava quase pela metade, havia suportado muito, mas estava ainda admirável. Me viram em lágrimas, naquele momento parte de mim se foi, estive em ruínas...
A noite logo caiu, eu liguei desesperada ao meu namorado e chorei muito. Ele me prometeu dar uma passada aqui em casa amanhã de tarde e assim o fez, passando o dia comigo. Outra visita inesperada foi a da minha BFF que veio de muito longe para me ver, pois estava com o namorado em São Paulo e mal consegue tempo para vê-lo, mas deixou um momento com ele para poder vir me ver.
Outros amigos apareceram, me consolaram mais do que tudo, mas meu coração ainda estava ferido. Talvez a dor seja o caminho mais recomendado para quem deseja ser forte, porém não quis ser forte, só queria chorar.
Os dias passaram e eu não estava preparada para ir a escola, minha saída for ir durante algumas manhãs para a casa do meu namorado, eu precisava de carinho e atenção. Ele cuidou de mim nesses dias e sua família foi muito cuidadosa comigo, até seu irmão que não gosta muito de mim foi agradável.
Uma semana se passou desde que meu pai morreu, eu estava melhorando, as coisas estavam mais calmas, infelizmente a minha mente tinha virado um caos. Vamos pular para dia 2 de dezembro, eu e e meu namorado brigamos muito de um tempo pra cá, há muito ciúme da minha parte, pois ele anda falando muito com a ex namorada e com a namorada de um dos meus melhores amigos. Ele nem percebe que eu ainda estou mal e que tenho uma dor enorme por dentro que só faz o ciúme piorar.
Eu havia mudado muito desde a morte do meu pai, fiquei um pouco falsa, falava com as amigas do meu namorado de um jeito, mas logo depois falava mal delas para meus amigos no Facebook. Fazer o que se não suporto a amizade super fofa dele com elas? Talvez a resposta fosse tudo menos isso. Ele tinha minha senha e esse foi um dos meus erros graves na vida, pois a maior parte das nossas brigas se resumia em ciúmes e minhas conversar no Facebook. Muitos meninos dando em cima de mim e muitas vagabundas em cima dele, isso não fazia bem a nenhum de nós...
Vamos para o dia 14 de dezembro, foi nossa última briga. Dessa vez por causa de meu ciúme, que o irritou muito:
- Não quero que fale comigo ou venha me ver até o natal! - disse ele muito nervoso.
- Mas...
- Por favor, não fale comigo - repetiu - ou vou terminar com você agora mesmo.
Não falei mais nada. Ele quis que eu o ignorasse até o natal, mas ainda faltava muito, eu não conseguia passar dois dias sem falar com ele. O que eu faria? Conversei com a ex namorada dele - que eu odeio - e perguntei se seria uma boa ideia visita-lo, pra tentar fazer as pazes. Não seria bom passar o natal na casa dele com um clima desses, não acham?
Ela me encorajou a ir lá, então no dia 16 me arrumei toda e fui bem cedo. Cheguei aproximadamente 10h40, ele ainda estava dormindo. Me deitei ao seu lado e ele acordou, me olhou indiferentemente e voltou a dormir... Eu esperava que ele fizesse o mesmo de costume, me abraçasse e dormisse comigo ao seu lado, mas ele virou e me ignorou completamente.
Levantei dali, eu tinha um pressentimento ruim, logo comecei a chorar na sala. Eu imaginava que ele iria terminar comigo, por que fui tão burra de não obedecer ele e só vê-lo no natal? Vibrações ruins circulavam pela casa, meu choro só foi visto pela mãe dele que pediu para que eu me acalmasse. Mas infelizmente o pior aconteceu.
Quando ele acordou tivemos aquela conversa tensa que resultou no fim do namoro. Eu chorei, muito; ainda mais que ele disse que terminaria no natal. Ele me levou até o ponto de ônibus e se despediu, decidimos ser apenas amigos e eu ainda passaria o natal em sua casa. Lhe dei uma abraço apertado e fui embora chorando.
Alguns dias depois vejo a notícia no Facebook. Ele e a namorada do meu amigo iriam sair, e ela nem me avisou e ainda se dizia minha amiga. Fui traída.
Chorar, chorar e chorar... Será que eu só sei fazer isso? Mandei milhares de indiretas no Facebook e acabei discutindo com meu ex novamente, pois ele foi defender a "coitadinha". Não impedi que o tal encontro acontecesse, então o que eu fiz? Fui na casa do namorado dela e contei tudo e para a minha surpresa ele não fazia a mínima ideia de que ela iria encontrar meu ex lá.
Se dizem só amigos, mas meu amigo não acreditou e ligo para ela várias vezes durante o dia. No final daquele dia eu perguntei:
- Você acha que ela te traiu?
- Acho... - ele respondeu de cabeça baixa.
- Sabe, eu queria me vingar dela, fazer algo sei lá...
- Como o que? Beijar o namorado dela?
Fiquei tentada a fazer aquilo, ele já foi apaixonado por mim e me deu brechas para fazer o que quisesse, mas meu senso não permitiu. Meu lado bom sussurrou que eu deveria ir embora antes que algo ruim acontecesse, mas por algum motivo fiquei. Meu amigo estava muito mal e desamparado, não pude ir e deixa-lo assim.
Eu fiquei e conversei mais um pouco com ele, não custava nada. Ele me convidou para entrar e beber um pouco d'água, pois passamos o dia pensando no que poderia ter acontecido entre aqueles dois, porem logo depois que bebi a água e virei para o corredor o idiota me agarrou e quase me beijou! A minha sorte foi que me segurei em algo ali perto e comecei a gritar:
- Não faz isso! Você não sabe se ela te traiu, então por favor não faça isso!
Sai dali e fui para a rua, ele veio logo atrás de mim e me pediu - quase implorou - que eu guardasse segredo. Eram muitos os motivos para que eu contasse para ela, o que ela fez foi imperdoável, mas me vieram a cabeça os momentos em que ela foi minha amiga e novamente o meu lado bom apareceu. Resolvi guardar segredo e fui para casa.
Finalmente a véspera de natal chegou! Eu me arrumei a fui para a casa do meu ex namorado com o desejo de reconquistá-lo. Comprei um vestido lindo, fiz o cabelo, levei os saltos certos e havia mudado bastante em uma semana.
Eu queria que ele mudasse de ideia sobre mim, que me aceitasse de volta, mas não foi fácil. Cheguei aproximadamente 14h27 e ele não falou comigo até 23h10, quando consegui falar com ele. O motivo de não nos falarmos durante o dia foi a raiva dele com tudo que havia acontecido. Brigamos muito desde que terminamos e só consegui me entender com ele no final da noite.
Ele foi tomar banho e pediu para que eu o esperasse na porta, mas que ficasse conversando com ele ao mesmo tempo. Logo depois eu entrei e me arrumei, para a surpresa dele eu estava realmente encantadora, poderiam me considerar um exemplo de mulher naquela noite.
Era quase meia noite, não fomos para fora ficar com nossos amigos, resolvemos conversar no sofá da sala. Ele não conseguia olhar para mim, tremia só de estar ao meu lado, realmente eu estava linda aquela noite. O pai dele de repente apareceu, deu um sorriso, notou que nós estávamos começando a nos entender e nos deixou ali. Nós não falávamos, as únicas coisas que ele dizia eram"Por que faz isso comigo?" - se referia a minha enorme beleza que naquela noite não o pertencia -, "Não acredito..." e "Nossa...".
O quarto era logo do lado, ele se levantou e foi até lá. A luz estava apagada, e ele me chamou para me sentar ao lado dele na cama enquanto ele olhava para a escuridão. Estava mesmo muito escuro, eu não enxergava a minha mão, não via absolutamente nada, até que de repente ele começou a falar:
- Ai meu Deus, eu quero...
- O que você quer? - perguntei ironicamente.
- Deixa. É uma pena que só eu tenha iniciativa, eu já tive demais.
- Acontece que não adianta eu ter se você não confia em mim... Não adianta se você não me quer de volta.
- Deixa quieto. - ele disse decepcionado.
- Você confia em mim? acredita que eu mudei? - resolvi tentar uma aproximação de seus lábios.
Eu cheguei bem perto de seu rosto, nossos lábios chegaram a se tocar por um instante e sua mão entrou entre meus fios de cabelo, não foi um beijo, mas sim uma aproximação e antes que algo mais pudesse rolar, recuei. Voltei a perguntar, mas desta vez bem mais próxima:
- Você confia em mim?
- Sim, eu confio.
Ele queria que eu tivesse a iniciativa, então o beijei lentamente, cada segundo foi mágico. Eu senti ele me desejando naquele momento, aquela foi minha vitória. Já passava da meia noite, não saímos dali, ninguém foi ver como estávamos. A noite foi perfeita. Como é maldosa a malícia das pessoas, dois jovens num quarto completamente escuro, já passava da meia noite, era natal. Fica a critério de vocês o que aconteceu ou não.
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pow mt bom .. parabéns
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